cartaz do filme Ugly Dolls

UglyDolls: um filme sobre aceitação e diversidade

Dirigido por Kelly Asbury, o filme UglyDolls tem tudo para chamar a sua atenção. Afinal, como em muitas animações contemporâneas, encontramos um filme cheio de camadas.

À primeira vista, somos apresentados aos brinquedos felizes que vivem em Uglyville. Levando-se em consideração a tradução, o prefixo “ugly” já nos entrega que não se tratam de brinquedos bonitinhos. Quer dizer, em termos de padrões convencionais, trata-se do contrário.

O grande ponto de virada do filme é quando os nossos brinquedos feios decidem partir rumo ao Instituto da Perfeição. Lá, diante de belas crianças, são desafiados em um cenário em que são repelidos por sua aparência.


A metáfora do feio em UglyDolls

Embora os protagonistas do filme sejam apresentados como feios, está justamente aí a lição da trama. Na verdade, o que se refere à feiura é a percepção que os demais têm deles. Na verdade, o aspecto “feio” remete mais ao fato de serem diferentes.

Neste sentido, podemos fazer uma analogia muito interessante quanto à vida escolar. Afinal, lidar com as diferenças pode ser bastante desafiador, não é mesmo?

Quantos adolescentes e adultos já não enfrentaram o sofrimento de serem rejeitados por serem diferentes? Mais do que isso, terem tanta dificuldade de se sentirem representados e/ou acolhidos.

Ao longo de nossas vidas, muitos corremos o risco de nos sentirmos deslocados. Alguns por conta do corpo, outros por questões culturais, etc. O fato é que nem sempre é fácil lidar com as divergências, sobretudo com quem é diferente de nós.

Muito mais importante ainda: percebemos aí o papel da escola em atuar de forma incisiva neste processo de acolhimento. Sobretudo, com práticas e metodologias que consigam receber de fato o aluno como ele é.

É justamente aí o momento em que se analisa a diversidade e o aprendizado da convivência com a mesma.


A aceitação do cidadão do modo como ele é

Diferentes linhas pedagógicas refletem acerca da aproximação do ambiente escolar à realidade do aluno. Para darmos um exemplo, podemos citar o pensamento freiriano.

De modo resumido, uma das propostas de Paulo Freire é justamente uma pedagogia que coloca os alunos como seres críticos e ativos. Daí, a importância de aproximar o ensino das realidades de cada um.

Quando paramos para pensar no choque cultural proporcionado em UglyDolls, cabe muitos paralelos.

Principalmente, à medida que sempre podemos encontrar pessoas com mais dificuldades para se encaixarem nos grupos sociais. Dificuldades essas que passam por diferentes fatores, inclusive representatividade.

Muitas vezes, uma busca contínua por se relacionar somente com pessoas parecidas, pode gerar muitos excluídos.


UglyDolls ensina o aprendizado com a diversidade

O lado mais doce da película é justamente a percepção de que sim, é possível convivermos com as diferenças. E, sim, naturalmente, há diferentes tipos de perfis no mundo.

Mesmo que surjam choques culturais no nosso dia a dia, sempre podemos aprender com isso. E, tal aprendizado, mostra que temos muito mais coisas que nos aproximam do que nos afastam. Logo, a animação pode ser vista como uma linda lição para a vida escolar e para vida como um todo.